Veja aqui os principais destaques dos jornais na última semana

Destaques

POLÍTICA – A principal preocupação dos políticos em março tem sido a troca-troca de partidos. Os primeiros movimentos mostram que o União Brasil, maior legenda do país, está perdendo parlamentares e o PL, de Bolsonaro/Costa Neta está ganhando. A composição final do Congresso só ficará clara após 04 de abril, quando termina a ‘janela’ para a troca de partidos.

Novas pesquisas eleitorais divulgadas na semana mostram pequeno avanço de Bolsonaro, mas sem alterar o quadro geral. Lula continua com ampla dianteira. A ‘terceira via’ ainda não animou os eleitores.

Ficou claro que a campanha não será ‘indolor’. Houve vazamento de uma delação da Ecovias, que envolvia o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. A denúncia já foi arquivada na Justiça e a sua ‘ressurreição’ teria o objetivo de prejudicar Alckmin, que já decidiu que assumirá como vice na chapa de Lula. A decisão deverá ser anunciada esta semana.

A semana terminou agitada por decisão do STF de inibir ações do Telegram no Brasil. Bolsonaro sentiu-se ameaçado, com a suspensão da plataforma e voltou a criticar o juiz Alexandre de Moraes. Ainda sobre a família Bolsonaro, o governo informou que o filho Carlos viajou para a Rússia com recursos próprios, mas não informou o seu papel na comitiva. 

O presidente iniciou, de vez, a campanha eleitoral. Deve visitar a três ou quatro cidades por semana ao longo dos próximos meses ‘inaugurando obras’.

ECONOMIA – A alta da Selic pelo Banco Central foi o destaque da semana. O BC elevou a taxa para 11,75% ao ano e previu nova alta em maio. Nos EUA, os juros também subiram, para até ‘elevados’ 0,5% ao ano.

O IBGE divulgou pesquisa mostrando melhora no quadro de emprego no país, que caiu para a faixa de 11,2%. Nos EUA indicador semelhante aponta para 3,8%.

A pesquisa mostra também que houve perda na renda dos brasileiros, corroída pela inflação. Muitas empresas estão mudando o foco, oferecendo mais produtos populares e menos artigos ‘premium’.

Em outro sentido, o Ministério da Economia anunciou um ‘pacote de bondades’ para injetar até R$ 150 bilhões na economia. Mas sem envolver dinheiro público. 

A alta dos combustíveis continua preocupando o governo, mas Bolsonaro teria desistido de demitir o presidente da Petrobras. Militares deram apoio ao executivo (que é militar).

INTERNACIONAL – A guerra na Ucrânia completará um mês esta semana, sem que a Rússia tenha garantido vitória militar. O que está claro é que a resistência ucraniana é maior do que Putin imaginava. 

A Rússia passou a utilizar mais mísseis, inclusive hipersônicos, o que aumentou o número de mortos civis. Isso indicaria dificuldades de avanço por terra.

EUA e China fizeram reunião virtual, mas não houve comunicado formal sobre os próximos passos. A China está assumindo papel estratégico relevante no relacionamento com a Rússia, o que deve definir uma nova ordem econômica mundial.

Pelo menos na batalha de comunicação, a Ucrânia está à frente. Neste domingo o presidente do país, Volodomir Zelenski, deu entrevista ao vivo para a rede CNN, maior do mundo. Ele lamentou que não poderá fazer parte da Otan, mas confia na vitória da Ucrânia.

GERAL – O governo de São Paulo não vai mais exigir as máscaras de proteção contra a covid-19, o que foi seguido por outros unidades da federação. Os números de mortos e internações continuam em queda. A USP, maior universidade do país, retoma as aulas presenciais em abril. 

Na China, ao contrário, o governo adotou medidas severas, com lockdown em cidades de até 17 milhões de moradores, mantendo a política de ‘covid zero’. O ´numero de mortes por covid na China é de pouco mais de quatro mil pessoas, contra as 650 mil no Brasil.

O movimento chinês e a guerra na Ucrânia tem trazido maior insegurança econômica. A OCDE divulgou documento prevendo mais inflação e menos PIB nos próximos anos. A questão logística está prejudicando os negócios, assim como os aumentos dos preços do petróleo e commodities alimentares.

  


Dias da semana

Domingo
  1. Os jornais trazem chamadas diferenciadas nestes domingo. A guerra da Ucrânia permanece como assunto principal, mas os jornais destacam outras ‘guerras’ de Bolsonaro. Após a questão dos combustíveis, a preocupação do presidente agora é quanto às restrições à plataforma Telegram.
  2. A Folha destaca que o governo promove o uso do Telegram, oferecendo serviços através de diversos órgãos federais. É uma forma de difundir a plataforma no país, que foi escolhida como a principal fonte de difusão de informações na campanha eleitoral deste ano.
  3. O Globo destaca outra ‘guerra’ no mundo digital. A preocupação dos políticas em ‘melhorar’ suas biografias na Wikipedia, a enciclopédia colaborativa que serve de consulta sobre pessoas e fatos. Alguns querem ‘editar’ suas biografias, especialmente os envolvidos com corrupção.
  4. O Estado e O Globo trazem reportagens ampliadas sobre como ficará o mundo pós-guerra. Uma conclusão é que a globalização poderá sofrer um severo revés.
  5. Outro ponto destacado é que os Estados Unidos estão se fortalecendo, não só pela corrida armamentista (é o maior fabricante de armas), como porque os europeus devem voltar a se aproximar do país.
  6. Uma questão indefinida é quanto ao papel da China. Há consenso de que o país ampliará sua influência e não se sabe como pretende usar esse poder nas negociações para colocar fim à guerra na Europa.
  7. O êxodo de ucranianos continua, mas com menos intensidade. As estimativas são de que cerca de três milhões de pessoas deixaram o país, o que corresponde a quase 10% da população do país.
  8. Um fato que veio à tona nas últimas semanas é quanto à prática disseminada na Ucrânia do oferecimento do serviço de ‘barriga de aluguel’, inclusive para mães brasileiras. É uma forma das mulheres ucranianas aumentarem suas rendas.
Sábado
  1. A suspensão da plataforma Telegram no Brasil pelo juiz Alexandre de Moraes, do STF, está na manchete dos principais jornais do país neste sábado.
  2. Além de questões comerciais – o aplicativo é muito utilizado por empresas – a suspensão levanta questões políticas. Com as restrições impostas a outras plataformas, os bolsonaristas vinham ampliando a presença no Telegram, na sua estratégia política.
  3. As operadoras têm até terça-feira para implementar a decisão, conforme determinou Moraes. A empresa não tem sede formal no Brasil, o que é um complicador adicional para a questão.
  4. A guerra na Ucrânia também continua em destaque, com dois ‘fatos novos’ relevantes. O presidente da Rússia reuniu dezenas de milhares de seguidores em um estádio de futebol na Crimeia, quando justificou a guerra (‘operação militar especial’, na sua definição.
  5. Em outra frente, Estados Unidos e China mantiveram reunião formal virtual. Não houve um comunicado explícito sobre os acordos, mas a China defende o fim da guerra, o que é um fator adicional de pressão sobre a Rússia.
  6. Os ataques russos se intensificaram e afetam cada vez mais os civis. Como os soldados não estão avançando por terra – não se sabe se de propósito ou devido à resistência ucraniana – a Rússia intensificou os ataques aéreos. A destruição de alvos civis é uma constante, conforme mostram as redes de televisão.
  7. O IBGE divulgou os dados referentes ao emprego, com a taxa caindo para 11,2% em janeiro, o melhor patamar para o mês desde 2016. Nos Estados Unidos, indicador semelhante está em 3,8%.
  8. Outros dados que os indicadores do IBGE mostraram é a forte erosão da renda dos trabalhadores, especialmente pelo aumento do trabalho informal (sem carteira assinada).
  9. O presidente Bolsonaro organizou evento para homenagear indígenas e colocou cocar na cabeça. Políticos tradicionais relutam em fazer o mesmo gesto, pois geram maus resultados, segundo a lenda política. O evento foi organizado pelo Ministério da Justiça. Ou seja, o governo homenageia o governo.
  10. O Globo informa que a maior corretora de criptoativos do mundo vai abrir escritório no Brasil. Esse assunto não está regulado no país, mas há cada vez mais brasileiros aplicando nesse tipo de ativos.
  11. A Folha destaca que um alto funcionário do Ministério da Agricultura disse que o governo não vai interferir para reduzir os preços dos alimentos. A polêmica quanto aos combustíveis, porém, continua na ordem do dia.
Sexta-feira
  1. Um dia após o Banco Central elevar a taxa Selic para 12,75% ao ano, o governo anunciou um ‘pacote de bondades’ que pode injetar até R$ 150 bilhões na economia, incluindo antecipação de décimo terceiro para aposentados e saques no FGTS.
  2. As duas medidas estão em sentido opostos: enquanto uma reduz a atividade econômica (alta da Selic) a outra busca impulsionar a economia. A solução não prevê o uso de dinheiro público.
  3. A questão da Petrobras se tornou a questão central para o governo, que já teria um roteiro para a troca do presidente da estatal Silva e Luna. A solução não agrada o mercado financeiro, como destaca O Globo.
  4. O Estadão dá como manchete o uso do MEC por entidades religiosas. Segundo o jornal, pastores controlam a agenda e verba do MEC.
  5. Outro assunto em destaque foi a decisão do governo paulista de abolir o uso de máscara contra a covid. As infecções estão em queda, mas os especialistas ainda consideram a medida prematura.
  6. Na guerra da Ucrânia, o presidente Putin endureceu contra o que chama de ‘traidores’, que são os russos que se opõem à guerra. Prometeu ‘cuspir traidores como moscas’.
  7. Como não está conseguindo vitórias no chão, os russos passaram a atacar a Ucrânia por ar. O resultado é que aumentou a morte de civis, como televisões do mundo todo estão apresentando em tempo real.
  8. Os líderes dos EUA e da China se reúnem hoje de forma virtual para discutir a questão da guerra e suas consequências. Pode ser um passo importante para a solução do conflito.
  9. A OCDE divulgou relatórios prevendo que o mundo terá mais inflação e crescerá menos por conta da guerra.
  10. O Valor destaca que o setor de varejo vive novos desafios com aumento de preços, problemas de logística e dúvidas do consumidor, além do aumento dos juros.
  11. A Rússia anunciou que vai pagar, em dólares, títulos de dívida do país que venceram esta semana. A decisão evitou default e mais instabilidade no mercado internacional.
Quinta-feira
  1. A elevação dos juros pelo Banco Central domina as capas dos jornais nesta quinta-feira. Foi a nona alta consecutiva e deve ser seguida por um novo aumento em maio, quando deverá atingir 12,75% ao ano. Ficou em 11,75%, com aumento de 1 pp.
  2. Nos Estados Unidos, o Fed também elevou os juros, para a faixa de 0,50% ao ano. Com isso o diferencial de juros entre EUA e Brasil ficou ainda maior e deve crescer ainda mais em maio. Hoje a previsão é que haja reajustes de juros na Europa e no Reino Unido. 
  3. A guerra na Ucrânia permanece indefinida, com os russos mantendo o ritmo de destruição no país e com pouco avanço nas negociações diplomáticas. A China estaria agindo nos bastidores.
  4. O presidente da Ucrânia, Volodomir Zelentsky, fez discurso virtual para os parlamentares dos Estados Unidos. Foi aplaudido de pé. Ainda sobre a guerra, o presidente dos EUA disse que o presidente russo é um ‘criminoso de guerra’, o que foi contestado, de forma enfática, pelo Kremlin.
  5. Na política, os jornais destacam a recuperação de Bolsonaro nas pesquisas eleitorais, mas ainda distante do líder, Lula. A ‘terceira via’, com Ciro e Moro permanece em cerca de 7%.
  6. A questão dos combustíveis continua sendo a principal preocupação do governo. Mesmo com o presidente da Petrobras ‘blindado’ pelo ministro de Minas e Energia, a área política do governo busca uma forma de reduzir o aumento dos preços dos combustíveis, mesmo com pressão sobre as contas públicas.
  7. Ainda na política, os jornais paulistas destacam que o delator da Ecovias denunciou o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que teria recebido R$ 3 milhões de caixa dois para a campanha de 2014 e 2018. Não se sabe se isso terá impacto nas negociações com o PT.
  8. Lula reiterou que pretende ampliar os gastos públicos, que considera que esses recursos são ‘investimentos’ para alavancar o crescimento econômico do país.
Quarta-feira
  1. As capas dos jornais desta quarta-feira dão mais peso a questões internas do que à guerra na Ucrânia, mas que continua presente. A Folha traz uma foto de destruição provocada por ataques russos e O Globo traz o nascimento de uma criança naquele país, como símbolo de esperança.
  2. Três líderes ocidentais estiveram na capital da Ucrânia para conversar pessoalmente com o presidente ucraniano, Volodomir Zelenstky. Eles viajaram de trem para evitar ataque a aviões.
  3. O presidente ucraniano já admite que o país deverá ficar fora da Otan, o que pode abrir caminho para o fim da guerra. As negociações entre as partes continuam hoje.
  4. O Estadão destaca a polêmica sobre os preços dos combustíveis. Bolsonaro continua insistindo que a Petrobras deve baixar os preços, mas o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque disse que vai manter o presidente da estatal. Ele quer novo imposto sobre os combustíveis, como destaca O Globo.
  5. O Ministério da Economia vai antecipar o pagamento dos aposentados para abril e maio e deve anunciar novo pacote de crédito até o fim do mês. O ‘pacote’ de bondades eleitorais foi acionado.
  6. A decisão da China de fazer lockdown em algumas das maiores cidades do país, dentro da política de ‘covid zero’, assustou o mercado financeiro. As bolsas sofreram pesadas quedas, especialmente as asiáticas. A B3 caiu pelo quarto dia seguido.
  7. Dentre as quedas na bolsa brasileira estão as ações do Magazine Luiza, que perdeu 80% do valor de mercado em um ano. Os investidores estão pouco animados com o setor de varejo.
  8. A Folha denuncia que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) esconde o pagamento de salários de mais de 60 mil magistrados.
  9. O Ministério da Justiça censurou um filme que já havia liberado anteriormente. Os jornais trataram o assunto como a ‘volta da censura’ e como manobra diversionista do governo, para colocar outros assuntos em discussão no país.
  10. O governador do RS, Eduardo Leite, deu novas sinalizações de que poderá migrar para o PSD e sair candidato à presidente.
Terça-feira
  1. As manchetes dos principais jornais do país chamam para assuntos locais, nesta terça-feira. A Folha fala sobre delação da Ecovias, que pode atingir PSDB, PT e União Brasil em São Paulo. O Estadão e o Globo trazem informações sobre a queda de braço no governo quanto ao subsídio aos combustíveis.
  2. Na Europa, a guerra entra no seu 21o dia sem que haja sinais claros de vitória militar da Rússia. O que está evidente é que, caso vença militarmente, não haverá ocupação tranquila. A população ucraniana está demonstrando que não quer ser russa.
  3. No Brasil, os dados sobre a covid-19 continuam apresentando menos internações e menos óbitos. A USP, maior universidade brasileira, retoma as aulas presenciais na segunda-feira, sinalizando que confia que a situação está controlada.
  4. As dúvidas surgiram na China, que voltou a adotar lockdown em várias cidades de grande porte. Um sinal preocupante vem de Hong Kong, onde a população se recusa a vacinar (não confia na vacina chinesa e nem nas ocidentais). 
  5. A decisão da China levanta dúvidas sobre os impactos na economia e o petróleo caiu abaixo de US$ 100 nesta segunda-feira. O receio agora é que haja menor procura com a possível desaceleração econômica.
  6. Os juros voltaram a subir no mercado futuro no Brasil e o papel de um ano está acima de 13% ao ano. Amanhã o Banco Central define novo patamar da Selic. Nos Estados Unidos, o Fed também deve anunciar reajuste das taxas.
  7. Ainda no mercado financeiro, há a questão da dívida russa. Haverá o vencimento de um título esta semana e não se sabe como o governo russo irá pagar, sem em dólares (moeda de emissão do papel) ou rublos. Pode ser mais um ‘default’ da Rússia, consequência da guerra.
  8. As grandes potências continuam negociando possível solução para o conflito. Ontem China e EUA se reuniram, mas não divulgaram nenhum comunicado sobre o encontro.
  9. Na política, o destaque é que o presidente Bolsonaro assumiu de vez a postura de candidato. Vai viajar pelo país todo em busca de obras para inaugurar. 
  10. O governo informou que a presença de Carlos Bolsonaro na comitiva que visitou Moscou não gerou despesas para os cofres públicos. Mas não informou o papel do filho do presidente na viagem.
Segunda-feira
  1. A Rússia se aproxima de Kiev e os jornais desta segunda-feira trazem imagens de corpos espalhados pelas ruas. É uma das maiores tragédias dos novos tempos.
  2. Com o avanço das suas forças armadas, os russos se mostram mais dispostos a negociar. Certamente querendo colocar mais peso na sua posição. De qualquer forma, se houver avanço nas negociações há a redução do sofrimento e menos impacto na economia mundial.
  3. A Folha de São Paulo dá como destaque os efeitos positivos da vacinação contra covid. Os não-vacinados correm risco de óbito de até 26 vezes mais do que os vacinados. 
  4. Os governos estaduais e municipais continuam flexibilizando o uso de máscaras, acompanhando a redução das internações e mortes nos últimos dias. Na China, o governo impôs lockdown em uma cidade de 17 milhões de moradores, mantendo a política de ‘covid zero’.
  5. Esta será uma semana de definição sobre taxas de juros nos Estados Unidos, no Brasil e na Europa. O mercado financeiro aguarda com ansiedade o posicionamento das autoridades monetárias sobre os juros e seus reflexos sobre os ativos.
  6. O Globo destaca que as marcas ‘premium’ estão com menos demanda nos supermercados e as empresas estão ampliando a oferta de produtos mais populares. É o reflexo do empobrecimento da população.
  7. O Valor mostra um dos efeitos positivos da alta do petróleo para os governos estaduais e municipais, especialmente das regiões produtoras: o aumento dos royalties. As estimativas são de R$ 111 bilhões, valor recorde.