POLÍTICA – A semana passada foi marcada por denúncias de corrupção no Ministério da Educação. Pastores evangélicos estariam intermediando a liberação de verbas para as prefeituras municipais, mediante a cobrança de propinas.
O STF autorizou a PGR a fazer investigação sobre o caso e a ministra Carmem Lúcia afirmou que há ‘fatos gravíssimos’ na situação. Bolsonaro disse que põe a ‘cara no fogo’ pelo ministro e não manifestou intenção de trocar Milton Ribeiro. O receito do Planalto é que o Centrão tire vantagens da situação e avance ainda mais no comando do governo.
Outro fato marcante foi a publicação de três pesquisas eleitorais. Os levantamentos mostram um quadro estratificado, com Lula com cerca de 45% das intenções de voto, Bolsonaro com cerca de 25%, Moro com 8% e Ciro Gomes com 6%. Ou seja, sem alterações substanciais, mas indicando que o país terá dois turnos nas eleições presidenciais.
Ainda sobre as eleições, Bolsonaro deu a entender que deverá indicar o general Braga Netto como seu vice. Outro sinal de que não quer correr o risco de ter o representante do Centrão na chapa e sofrer impeachment. Outro desconforto de Bolsonaro foi a divulgação de vídeos com a Wal do Açaí, funcionária fantasma do seu gabinete quando era deputado federal.
Geraldo Alckmin formalizou a mudança do PSDB para o PSB e deu a entender que poderá aceitar ser o vice do PT nas eleições presidenciais. O evento de filiação contou com vários petistas.
O Telegram acatou as determinações do STF e anunciou que vai obedecer a legislação eleitoral. O Datafolha publicou pesquisa mostrando que 82% dos brasileiros apoiam a urna eletrônica.
ECONOMIA – Um dos destaques da semana foi a queda do dólar abaixo de R$ 5,00, encerrando na sexta-feira a R$ 4,75. Em dezembro chegou a ser negociado por R$ 4,60. A queda do dólar é um indutor para evitar mais inflação, que continua elevada e deve superar os 11% no período de 12 meses. Com isso, os juros (Selic) podem atingir 13% ao ano, conforme previsão dos analistas.
O Ministério da Economia reduziu os impostos de vários produtos de consumo na tentativa de evitar novas elevações dos preços. As pesquisas eleitorais da semana sinalizam que a inflação alta tira votos de Bolsonaro.
Na área internacional, a Rússia anunciou que passará a exigir o pagamento das compras de petróleo em rublos. É uma tentativa de fortalecer a moeda russa, após desvalorização de 30% após o início da guerra na Ucrânia. Os analistas consideram que isso pode enfraquecer o dólar como a quase única moeda de referência mundial, mas muitos consideram que ainda é cedo para se garantir esse movimento.
O Banco Central divulgou o relatório trimestral de inflação, prevendo que os preços tendem a cair a partir de maio. No relatório, o BC sustenta que a balança comercial brasileira será favorecida pela guerra e previu exportações de US$ 573 bilhões e saldo comercial de US$ 83 bilhões em 2022.
INTERNACIONAL – A Rússia dá sinais de mudanças em sua ofensiva na Ucrânia. A prioridade agora seria conquistar cidades do leste do país e reduzir os ataques à Kiev, capital da Ucrânia. Não foram anunciados progressos nas negociações diplomáticas.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, participou de reunião com colegas europeus e visitou a Polônia. Chamou Putin de ‘carniceiro’ e a diplomacia dos EUA teve de entrar em campo para minorar os efeitos da frase sobre o governo russo.
Os analistas consideram que a guerra tende a se prolongar e ainda não arriscam a prever o resultado final. O que tem ficado evidente – e chocado o mundo – é o uso cada vez maior de violência, como ocorreu na cidade de Mariupol, com 400 mil habitantes e praticamente destruída.
GERAL – Uma boa notícia na questão do acompanhamento da covid-19 no Brasil. A Fiocruz emitiu relatório mostrando que os hospitais de todo o país estão menos pressionados por causa da doença. Muitas cidades estão até desativando leitos dedicados apenas à doença. Outro sinal positivo foi a decisão dos fabricantes suspenderem a produção de máscaras contra a covid-19, por falta de demanda.
Na China caiu um avião com 132 pessoas a bordo, sem sobreviventes. Ainda não se sabe as causas do acidente.
Vários acusados nas operações Lava-Jato estão conseguindo liberação e algumas empresas agora querem indenização, por se sentirem prejudicadas. Para alguns juristas, o movimento consolida o sentimento de ‘impunidade’ no país.
Uma questão delicada que as prefeituras terão de administrar nos próximos meses é quanto às tarifas de ônibus e trens urbanos. Muitos defendem subsídios do governo federal. Será uma decisão difícil, em um ano eleitoral.